sábado, 24 de outubro de 2009

PARABÉNS POLIANA OKIMOTO!


Poliana chega ao topo "forçada" e com preparação 100% brasileira

Até chegar ao título do Circuito Mundial de Maratonas Aquáticas, a paulista Poliana Okimoto passou por muita coisa. Uma garota que temia nadar no mar, ela começou nas piscinas e precisou de um enorme empurrão do técnico e marido Ricardo Cintra para enfrentar este novo desafio, no qual tem apenas três anos de experiência.

A brasileira começou a carreira como fundista, colecionando títulos nos 800 m e 1.500 m livre. No entanto, um evento que assistia pela televisão mudou os planos. Ricardo é quem estava ligado e, depois de ver a Travessia dos Fortes de 2004, ligou para Poliana.

"Querendo ou não, ano que vem você nadará esta prova", disse ele. "Eu sabia que quanto maior a distância da prova melhor seria para ela, então resolvemos apostar nas maratonas."

Não foi tão fácil convencer Poliana da opção. Quando estava no Rio, a apenas um dia da competição, ela mal conseguiu realizar um treino no mar, para se adaptar às águas cariocas. "Ele me fez nadar a Travessia (risos). Eu tinha muito medo, nem consegui treinar", contou ela, que saiu do mar chorando na ocasião. No dia seguinte, no entanto, a paulistana foi campeã da Travessia dos Fortes, com o recorde da prova.

"Eu já sofri muito, chorei, quis ir embora... Foi só com muita persistência que venci, superei fazendo provas e entrando no mar", explicou Poliana.

Ricardo, no entanto, não é "crucificado". "Eu fiz isso por amor. E porque sabia que as características dela eram propícias para estas provas", disse ele. A presença do marido tem sido primordial para os sucessos no mar, com o detalhe especial de ela ter uma preparação 100% brasileira.

Na natação brasileira, nomes como César Cielo e Thiago Pereira treinam no exterior. Já Felipe França, vice-campeão mundial nos 50 m peito, prepara-se em São Paulo, mas seu técnico, Ari Soares, conta com técnicas trazidas do Japão. Poliana Okimoto, no entanto, conta apenas com o trabalho realizado em Santos. A aposta em Ricardo foi até arriscada, já que ele, um ex-nadador, passou a comandá-la quando era recém-formado.

"Modéstia à parte, o crescimento vem só com o que eu tenho feito com a Poliana realmente. Até porque o Brasil é uma referência na modalidade. Quando treinamos, vejo os alemães e russos observando o que fazemos", explicou ele.

"Hoje está muito mais fácil, com a convivência. Eu só de olhar sei se ela precisa treinar, ou se precisa descansar", completou.

As experiências do casal podem gerar outros frutos. Isso porque Ricardo Cintra tem uma escolinha com estrutura totalmente dedicada às maratonas aquáticas, em que trabalha com jovens com 12 anos, em média. "Nossa seleção já é uma potência. Se massificarmos o esporte, ficará ainda mais fácil trazer esta molecada para nadar até 2016".

Questionada sobre o que é mais importante na relação com Ricardo Cintra, seu técnico e marido, Poliana Okimoto não titubeou: "o casamento". A parceria já dura oito anos, sendo que o casal oficializou a união em 2008, casando depois do sétimo lugar da nadadora nos Jogos Olímpicos de Pequim.

Acompanhei muitas provas da Poliana, como fundista e que maravilha ver que se encontrou em águas abertas. Parabéns! O mérito é todo seu, porque não adianta bons treinadores, condições de treinamento se o atleta não se eforça e ela se esforçou muito para chegar onde está. Continue firme, a vitória faz parte da sua vida.


beijos

 
©2007 '' Por Elke di Barros